Toma-se o conceito de cadência, tópico do campo da harmonia, com um duplo objetivo: refletir sobre o uso da terminologia musical, expondo certa falta de consenso observada entre autores brasileiros, e exemplificar a permanência do conceito de "cadência" no repertório pós-tonal. Inicia-se com uma revisão histórico/conceitual do tema, investigando como esse assunto é tratado em livros selecionados, seus pontos de contato e divergência, sugerindo, ao final, uma abordagem para a classificação das progressões acórdicas. A seguir, partindo desses entendimentos, intenta-se estender a ideia de função cadencial para o repertório não-tonal, exemplificada com progressões conclusivas e de artifícios de tonicização em obras do século XX.
This paper concerns with the notion of cadence, issue more related to harmony, but taken here under double aim: to reflect about the use of musical terminology (pointing out the lack of consensus among Brazilian authors), and to exemplify as the concept of cadence still remains active in post-tonal repertoire. Firstly, a historical review of the theme is presented, surveying how it is dealt in selected books, showing similar and conflicting points. Moreover, a classificatory approach to the effects of tension and relief inherent at chord progressions is suggested. Secondly, based on these understandings, the extension of the idea of cadential function to non-tonal repertoire is proposed, which is illustrated with conclusive progressions and tonicizing devices from musical works of the twentieth-century repertoire.